A Lei Geral de Proteção de Dados nº 13.709/2018 é a legislação brasileira que regula as atividades de tratamento de dados pessoais e que também altera os artigos 7º e 16º do Marco Civil da Internet. No entanto, mesmo com essa legislação, é importante adotar cuidados em atividades cotidianas, como os jogos online. No mês das crianças, vamos falar sobre a segurança de dados nessa modalidade de diversão.

No ano passado, a indústria de jogos no Brasil movimentou US$ 2,4 bilhões, consolidando o país como o maior mercado da América Latina. Entre os diversos segmentos do setor, os fantasy games, que envolvem jogos online onde os participantes montam equipes virtuais com jogadores reais, lideraram o mercado com uma movimentação de US$ 12 milhões.

Com o crescimento contínuo dos jogos online, é fundamental considerar a segurança e a privacidade dos dados pessoais. Afinal, como qualquer dispositivo conectado à internet, os jogos apresentam riscos quando não se adotam as barreiras e proteções adequadas.

Martin McKeay, investigador de segurança da empresa de tecnologia Akamai, destaca: “O motivo pelo qual acreditam que a indústria dos jogos seja um alvo atraente é que os criminosos podem facilmente trocar itens dentro do jogo por dinheiro. Além disso, o público gamer é conhecido por gastar dinheiro, o que torna seu status financeiro ainda mais atraente”.

Aqui estão algumas dicas para evitar o game over:

1.Qual é o seu nick (apelido)? Na maioria dos jogos online, é necessário fazer um cadastro inicial, fornecendo informações pessoais, como nome completo, endereço de e-mail e data de nascimento. Não se engane, esses dados têm uma finalidade, geralmente descrita nos termos de uso. Sabe aquela caixinha que as pessoas marcam sem ler? Pois é, ali mesmo.

Cibercriminosos podem explorar esses dados, enviando e-mails falsos aos jogadores solicitando informações adicionais, como senhas, dados bancários e informações de cartões de crédito. É preferível utilizar nicknames (apelidos) ou pseudônimos em vez de informações pessoais reais sempre que possível. Isso adiciona uma camada de proteção à sua identidade.

2. No modo automático, não: muitos jogos oferecem a opção de compras dentro do próprio jogo, que podem envolver itens necessários para avançar na narrativa, personalizações para os personagens ou habilidades que auxiliam nas batalhas e desafios. No entanto, evite a utilização de configurações automáticas de senhas e compras dentro do jogo. Isso pode ajudar a evitar gastos não autorizados e acessos indesejados. Dá um pouquinho mais de trabalho, mas aumenta muito a segurança.

3. Cuidado com o Phishing: O termo phishing foi escolhido devido à semelhança com outra palavra do vocabulário inglês, fishing, que significa pescar. Isso quer dizer a prática de “pescar” as informações e dados secretos dos usuários através de informações falsas ou dados não reais, porém muito atrativos.

Esteja sempre atento a e-mails e mensagens suspeitas que solicitam informações pessoais, senhas ou detalhes financeiros. Certifique-se de que a fonte seja legítima antes de fornecer qualquer informação. Caso aconteça, inicialmente, pergunte a si mesmo: eu solicitei essa alteração?

Uma vez que um cibercriminoso obtém acesso à conta do jogador, ele toma posse de todos os itens adquiridos, podendo vendê-los em leilões digitais especializados em jogos, chantagear o jogador para que ele pague uma quantia para recuperar sua conta ou, em situações mais graves, roubar os dados do cartão.

Lembre-se de que, ao adotar medidas de segurança e privacidade em seus jogos online, você poderá desfrutar de sua experiência com mais segurança e tranquilidade, preservando suas informações pessoais e evitando potenciais ameaças cibernéticas. Proteger seus dados faz parte da diversão!